PROJETO CAMARÃO

Este projeto foi realizado na escola Olímpia Teixeira em São Miguel do Gostoso/RN no período compreendido entre 28 de maio e 02 de julho de 2006. Ele teve a participação do aluno Almir do terceiro ano do ensino médio, orientado por mim. Ele passou por uma seleção e conquistou a vaga, que deveria ter uma bolsa, infelizmente ela foi para um município vizinho e para uma outra escola que não tinha nada a ver com o projeto. Coisas da educação brasileira. A ideia do projeto era observar o desenvolvimento de pós-larvas de camarão da espécie Litopenaeus vannamei sob efeito de três filtros de luz: vermelho, verde e azul, tendo um outro como testemunha com luz natural. O projeto conseguiu as pós-larvas através do descarte de uma empresa local. Todo o restante do material foi conseguido na própria escola e de alguns colaboradores. O Almir foi um batalhador incansável, pois mesmo sem ganhar nada, trabalhou todos os dias, incluindo aí finais de semana. Para complicar mais ainda, tinha de trazer um tambor com 200 litros de água do mar, de carrinho de mão e várias vezes, possibilitando as trocas de água do experimento. Apesar dos problemas, o projeto mexeu com a comunidade escolar nos três turnos, que visitavam constantemente o laboratório, querendo ver e saber mais sobre o experimento. Claro que a pesquisa ficou comprometida, mas podemos tirar uma conclusão muito importante. A água fica extremamente poluída pelas fezes dos animais, pelo resto de alimentos e também pelas mudas de pele e animais mortos. O regime alimentar constava de ração balanceada para camarões duas vezes por dia e em quantidade correspondente a 10% do peso médio dos indivíduos de cada balde. A água no entanto, tinha que ser limpa dessa sujeira todo o dia e trocada de três em três dias. Durante a troca da água, sempre à noite e com uma luz igual a do filtro, eram feitas as medições ( pH, salinidade e temperatura ) e pesagens. Houve muitas mortes nos baldes submetidos aos filtros azul e vermelho, tendo o verde se aproximado mais do testemunho ( luz natural ). Ficou a lição para quem acompanhou o experimento, que a carcinicultura é extremamente poluidora, mesmo sem usar produtos químicos como foi este caso. Contudo, é a sociedade quem tem que decidir se compensa acabar com os mangues e litorais para possibilitar a produção de proteína animal de qualidade duvidosa, embora para alguns extremamente saborosa.
A espécie Litopenaeus vannamei  é muito utilizado em fazendas de camarão pela sua produtividade, mas é uma espécie estranha ao nosso meio e portanto invasora, podendo trazer problemas com relação a eliminação das espécies locais. Aqui o álbum contendo fotos do laboratório e de algumas telas do programa em Clipper, criado para o projeto, com alguns dados registrados.