Dando continuidade a aventura norte, depois de explorar Baixa Grande, resolvi conferir o potencial de Ponta do Mel. Para chegar a esta praia a partir de Mossoró, só havia um ônibus que partia por volta das doze horas da manhã e só retornava por volta das quatro da manhã do outro dia, ou seja tinha que dormir por lá. Peguei então o ônibus em um sábado e acompanhado da minha prancha de surf em uma capa, parti para Ponta do Mel. Ao chegar lá, encontrei uma pousada bem simples ( naquela época a praia não era muito conhecida ) e, após guardar a mochila com o básico, fui testar as ondas. Embora alguns locais tenham contado histórias de mares com ondas grandes ( talvez algumas ressacas com ondulação de norte? ), encontrei apenas algumas marolas, que com muito esforço conseguiam me carregar na prancha. O sol se pondo à esquerda entre nuvens, tornava o céu alaranjado e vermelho em algumas partes. Que pena que o mar não correspondia em potencial de ondas. Após a session, ao voltar para a pousada, pude conversar com os donos e saber das dunas do Rosado, que me fizeram voltar com a prancha de sandboard, mas isso fica para outra postagem. Após o sono reparador, acordei atrasado e perdi o ônibus. Resolvi então explorar, através de uma caminhada, o litoral na direção de Baixa Grande, onde poderia pegar o ônibus por lá. Aventura sem planejamento nenhum, só confiando no meu potencial de andarilho, coisa de louco. Saí ainda de manhã, depois de um café razoável na pousada, já que minha alimentação é um pouco diferente do normal e muito questionada por quem a conhece, com a minha prancha na capa e a mochila nas costas. O objetivo era explorar as ondas do Cristovão, Morro Pintado e chegar em Baixa Grande a tempo de pegar o ônibus para voltar para Mossoró. Depois de andar "um pouco" cheguei no final da manhã em Cristovão. A praia tinha o mesmo estilo de Baixa Grande e Ponta do Mel, pelo menos na maré baixa, apenas marolas e um mar raso, paraíso para crianças, mas o visual era show, apesar dos barcos pesqueiros na praia. Hoje, já tem até campeonato de surf por lá. As falésias com cavernas convidavam a pernoitar, mas um rebanho de cabras pareciam olhar feio para mim dizendo: " Aqui já tem dono! ". Arrumei uma casa com varanda e fechada, já na saída da praia em direção à Baixa Grande, onde deixei minha mochila e capa da prancha. Em seguida fui pegar umas marolinhas para poder dizer que tinha surfado em Ponta do Mel e Cristovão. Já estáva no final da tarde, não daria mais para pegar o ônibus em Baixa Grande, resolvi continuar a caminhada e a exploração do litoral, comigo apenas uma água mineral. A maré ainda estava seca, mas já começava a encher. A noite era sem lua ( lua nova ), o céu bastante estrelado possibilitava ver alguns meteoros (estrelas cadentes) e as marolas cintilantes devido as algas Noctilluca scintilans. Na minha frente o planeta Vênus brilhava firme e seguia sua trajetória celeste atrás do Sol. Eu também seguia firme a minha, passando por um litoral deserto, sem saber o que iria encontrar pela frente, mas sabia que no final estaria Morro Pintado e em seguida Baixa Grande. Passei por Morro Pintado já bem de noite, o mar totalmente flat ( sem ondas ), mas pude ver uma lanchonete com dizeres ligado ao surf, portanto ali, quando swell vento e bancada se alinhassem, poderia rolar um surf, não era o caso naquele momento. Após andar mais um pouco, encontrei uma cabana em que pescadores guardavam utensílios de pesca, resolvi então dormir por lá, pois a maré já estava cheia e, além do mais, eu sabia que estava perto de Baixa Grande. Apesar de não comer nada, apenas beber água, a fome nunca me perturbou, não saberia dizer o porquê. Talvez a adrenalina da caminhada, quem sabe? A capa da prancha transformou-se em meu saco de dormir e, para evitar surpresas, deixei a cordinha da prancha fixada no meu pulso. Claro que a dormida não foi tranquila, o sono foi superficial e com apenas cochilos temporários, mas deu para descansar as pernas para o restante da caminhada. Ao amanhecer, um banho de mar para revigorar e mochila nas costas e prancha à tiracolo para terminar a caminhada. Já conhecia o terreno, pois já tinha caminhado para aquela região a partir de Baixa Grande. Chegando na praia de Baixa Grande, tomei mais uma água num bar por lá e arrumei algumas bananas para recarregar as energias e continuei a caminhada até a BR 110, onde peguei um ônibus vindo de Areia Branca com destino à Mossoró. Agora era planejar o retorno para Ponta do Mel objetivando explorar as dunas da região com o sandboard, mas isso será assunto de outro post.
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A caminhada partindo de Ponta do mel até Baixa Grande pelo litoral. |
As cavernas na chegada à Cristovão, citadas no texto, vindo de Ponta do Mel. Foto garimpada na internet. |
comida não, que aquilo não é comida é ração. e vcs que visitam o blog, essas historias e verdade, mas o erro não esta nas postagen, ta no simples fato de ele não ser um humano qualquer ele e de outro mundo. não confiem. ei ta virando vicio essas postagem tua, não perco uma, me amarro nessas historias que tu conta, sei que n e verdade mais faço de conta que é. waleu meeneno, vamos fechar a bodega.
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