quinta-feira, março 07, 2013

RUÍNAS DA ANTIGA VILA DE CUITEZEIRAS - PEDRO VELHO/RN



Curioso pela história da enchente do rio Curimataú na antiga vila de Cuitezeiras, hoje Pedro Velho, fui conhecer as ruínas da igreja de Santa Rita de Cássia e explorar a extensão da área alagada durante este evento.
Segundo os mais antigos e historiadores do local ( aqui ), havia uma rua que ligava o antigo cruzeiro à margem oposta do rio – a rua da Cruz. Tomando como base uma estrada de piçarra que existe hoje, fiz uma caminhada, contando os passos, para medir aproximadamente a distância da igreja e cruzeiro até a margem oposta do rio. Considerando um passo médio de 80 centímetros, a extensão do cruzeiro antigo até a margem oposta, o que deveria corresponder a extensão da antiga rua principal de Cuitezeiras, totalizou 1000 passos ou aproximadamente 800 metros. A distância entre as margens deu um total de 200 passos ( 160 metros ) e  da margem até a ruína da igreja 500 ( 400 metros ). Continuando até a samaumeira mais 100 passos ( 80 metros ) e desta até o cruzeiro mais 300 ( 240 metros ). É possível que a largura entre as margens do rio fossem inferiores ao que apresenta hoje, mas mesmo assim, considerando a distância entre a margem e a antiga igreja, bem como a diferença de nível ( altura ), o volume ( e velocidade? ) do curso d’água deve ter sido bem elevado. Para piorar tinham as construções nas margens dificultando a passagem da água e contribuindo para a tragédia ocorrida, felizmente sem mortes de pessoas. Um outro fator que pode ter contribuído para a tragédia foi a ponte de ferro, pois sua construção foi completada em 1882 e, de certa forma, represava parte do volume d’água através de seus diques de sustentação. 
Abaixo temos uma foto tirada da margem oposta do rio vendo a provável extensão da inundação do rio Curimataú, provocada pelas fortes chuvas caídas, na noite de 13 para a madrugada do dia 14 de maio de 1901. Clique aqui para ver o álbum contendo as fotos das ruínas da igreja de Santa Rita de Cássia, do obelisco do túmulo da esposa de Fabrício de Albuquerque Maranhão, da samaumeira, do antigo cruzeiro, das margens do rio e da ponte de ferro que dista cerca de dois quilômetros de onde passava a antiga rua. 


Vista da margem oposta do rio Curimataú, atualmente seco,
na antiga vila de Cuitezeiras em Pedro Velho/RN. 

3 comentários:

  1. Amigo faça hoje atualmente uma visita a este tão importante e belo monumento da sua cidade e veja o descaso que ví e fiquei triste. Fui conhecer o municipio e visitei o local, está cercado, tem lá uma casa de taipa com umas presepadas que não tem nada de historico naquilo, um roçado dentro do monumento e no cemitério antigo. Na realidade parece uma propriedade privada, isto é uma vergonha para os governantes locais, onde está a memória deste povo. Ali caberia um projeto grandioso de turismo e história... o cruzeiro esta caindo deveria-se denunciar ao ministério público aquela situação. Me desculpe mas o prefeito da sua cidade e seus vereadores NOTA "0". Eu nem falo no governo do Estado, porque por enquanto estamos sem, Espero ver no seu site noticias a respeito Parabéns pelo SITE.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gostaria muito de dizer que esta realidade mudou, mas o que esperar de um país que não valoriza sua educação e sua cultura? Não estamos só sem governo estadual, também estamos sem governo federal na minha opinião.São essas duas esferas de poder que deveriam fiscalizar e cobrar respeito a nossa história.
      Embora não seja desta cidade, tento fazer a minha parte trabalhando com meus alunos do E.Médio e divulgando acertos e erros no blog.
      Abraço e obrigado pela visita.

      Excluir
  2. Sou natural do município de Pedro Velho, porém moro em outro município, mas já visitei por várias vezes as ruínas da Igreja, igualmente do antigo cemitério, tenho quase certeza que meus bisavôs estão sepultados naquele local pois eles são oriundos de um lugarejo conhecido por recreio que é bem próximo da antiga Cuitezeira, ao observar o descaso das autoridades do meu município ao chegar ali, me dá vontade de chorar pela falta de cultura dos meus conterrâneos. Para que tenhamos uma ideia, um dos prefeito de minha cidade derrubou uma estação centenária de trem.

    ResponderExcluir