quarta-feira, junho 27, 2012

A QUESTÃO PARAGUAI

Estamos vendo ultimamente muitas notícias sobre a questão da deposição do ex-bispo Lugo da presidência do Paraguai. O mais triste é ver o governo brasileiro se prestar a ser um mero seguidor de opiniões de incompetentes. Nossos últimos governos têm afundado o país na ignorância, incompetência e falta de ética, o que poderá nos levar a perder o status de país de futuro. A nossa diplomacia e nosso governo se acham no direito de interferir na questão interna do Paraguai e ainda por cima defender um bandido que foi capaz de engravidar uma menina de 16 anos sendo bispo da igreja católica, isso para citar apenas um caso de gravidez, dos vários que lhe foram imputados e reconhecidos por ele. Como presidente era famoso por suas viagens internacionais e encontros com prostitutas em hotéis caros. E o que dizer dos brasileiros que estavam sendo expulsos de suas terras compradas a mais de 30 anos com a complacência do ex-presidente?, mas para nosso governo e nossa diplomacia, são esses os exemplos de "democratas" a serem defendidos.

O povo paraguaio já sofreu bastante com uma guerra patrocinada pelo governo imperial inglês que não admitia ser passado para trás entre os anos de 1864 e 1870, quando fomos esbirros dos ingleses, juntamente com os uruguaios e argentinos, para destruir a nação que se desenvolvia rapidamente, suplantando em muito as demais e causando inveja e preocupação. O motivo inicial da disputa foi a invasão do Uruguai pelo Brasil, depondo o poder local, que por sua vez pediu o apoio do governo paraguaio para  mediar a questão. A negação ao pedido do Paraguai deu margem ao início do conflito, pois a mudança de política no Uruguai impediria a saída do comércio paraguaio pelo rio do Prata, o que levou a nação paraguaia a lutar por essa única saída.

Os dois lados cometeram muitos erros, mas é triste saber que os chefes e "heróis" nacionais, segundo muitos livros de história - o  duque de Caxias e conde d'EU - estão envolvidos em crimes vergonhosos. O primeiro foi capaz, entre outros absurdos, de jogar cadáveres com cólera nos rios para contaminar comunidades ribeirinhas, assassinando mulheres, crianças e idosos. Antes do final da guerra, deixou o confronto ( terá se envergonhado dos crimes cometidos? ) e pediu ao imperador Pedro II para tentar a diplomacia, visto que o país já se encontrava praticamente derrotado, mas nosso ilustre imperador estava mais preocupado em tirar sua soneca ou comprar alguma coisa dos ingleses. Já o conde d'Eu, marido da princesa Isabel, que substituiu o duque de Caxias, foi capaz de aumentar a estupidez do antecessor, matando mulheres, crianças e idosos a golpes de sabre ( espada ). E o que dizer da ordem para incendiar um hospital com muitos idosos e crianças internados dentro? Não satisfeito, destruiu tudo que lembrasse desenvolvimento, arrasando a nação. Quanto dinheiro inglês deve ter ganhado para isso não?, no fim ficamos todos comendo na mão dos ingleses, como eles queriam.

Voltando ao nosso tempo e justificando os dois parágrafos anteriores, não acredito que tenhamos uma nova e estúpida guerra, apesar do embaixador paraguaio na Organização dos Estados Americanos ( OEA ) ter se referido a isso, espero sim, que o Brasil não se deixe levar mais uma vez por uma diplomacia estúpida e por governos sem a mínima credibilidade internacional.

Querem saber sobre este "nobre" paraguaio, ex-presidente e ex-bispo defendido pela nossa diplomacia e pelo nosso governo atual?, clique aqui e leia um texto escrito por um jornalista paraguaio - Chiqui Avalos, disponível no blog do Augusto Nunes da revista Veja. E sobre a verdadeira história da guerra do Paraguai de 1864, incluindo os fatos dos nossos "heróis" Caxias e conde d'Eu aqui, num texto da Universidade Federal Fluminense de Márcio Cerdeira Beck. 

Palácio do governo paraguaio.

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