sexta-feira, abril 13, 2012

ESCAPADA

Ontem, dia 12 de abril, os alunos e professores do turno noturno das escolas Prof. José Fernandes Machado, Antonio Pinto, Anísio Teixeira e Floriano Cavalcanti foram assistir o espetáculo A Escapada, apresentado no Centro de Convenções da Via Costeira. Este espetáculo faz parte do projeto Palco Giratório patrocinado pelo SESC ( Serviço Social do Comércio ) com parceria da SEEC ( Secretaria Estadual de Educação e Cultura ). O ingresso neste projeto não é cobrado, mas se pede uma doação opcional de 1 quilo de alimento não perecível para o Programa Assistencial Mesa Brasil SESC. O Palco Giratório com este espetáculo já foi apresentado em Mossoró, Caicó e Natal zona sul, indo hoje, dia 13, para a zona norte.
O espetáculo participou de turnês pela Europa e já ganhou prêmio de melhor coreografia. É encenada pela Cia. Mário Nascimento ( MG ) e consiste numa representação, através de dança, gestos, textos e sons, dos conflitos comuns ao homem hoje em dia, entre eles o de querer escapar do que a vida o forçou a ser ou do que os outros o forçaram a ser, adquirindo - ou recuperando, sua liberdade existencial ( Sartre? ). Em se tratando de uma platéia com maioria de jovens, alguns momentos entediam e os fazem perder o interesse, mas no geral, acredito que tenha sido uma boa aula de cultura, artes e vida.
Abaixo destaco a poesia cuja autora e também integrante do elenco, Rosa  Antuña declama em um momento do espetáculo, seguida de uma imagem retirada do blog da companhia e uma geral da platéia antes da apresentação.    

POESIA ESCAPADA - ROSA ANTUÑA

No princípio amava as pessoas.
Pensava que tudo seria certo e justo.
Até que houve a primeira partida;
a segunda, a terceira ...


Sempre tinha alguém escapando de mim.


Nunca gostei das despedidas,
embora tenham sido necessárias.
A dúvida me trazia um aperto
e a certeza me segurava o choro.
Só choro quando estou só.
De preferência no escuro.
É quando não me seguro


e grito.


Da minha sorte tinha uma certeza:
nasci para ficar sozinho.
Sem amor e sem carinho,
apenas um copo na mesa.


No princípio amava as pessoas.
Não pensava que tudo seria incerto e injusto.
E cada escapada doía tanto
que fui deixando o amor de lado.
O amor foi ficando sem jeito
e o coração batendo calado no meu peito
foi construindo um muro
- bem duro -
de pedra e aço,
que arrebentava qualquer laço
ou tentativa de abraço.
Que não deixava ninguém entrar
e que não me deixava sair.


Foi quando parei de sentir
e fiquei assim, anestesiado.
Um homem vivo com olhar parado.
Não sentia dor, não sentia amor.
Tentei escapar da vida.


Mas não consegui escapar de mim.



                                      

A platéia antes da apresentação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário