Embora seja surfista, tenho escrito pouco sobre o que já vivi praticando este esporte. Neste post, vou relatar uma história acontecida durante uma sessão de surf.
Este fato aconteceu numa praia que chamamos de Canal. Ela fica por trás do Morro do Careca em Ponta Negra. Dependendo do mar, ela tem uma correnteza forte que dificulta muito passar a arrebentação ( o quebra coco ) e se situa entre duas lages, por isso o nome Canal. Na maré seca íamos pela orla, na maré cheia, pelo Morro do Careca, passando pelos morros do Estrondo e da Velha ( nossas pistas do sandboard, além do próprio Careca ). Hoje toda esta área está interditada e pela orla só deve passar os pescadores com carteira devidamente registrada nos órgãos competentes. A onda corre para os dois lados, pode ser tubular e chegar até uns 6 pés ( cerca de 2 metros ) ou mais segundos alguns frequentadores. Como morava na Vila de Ponta Negra, podia me dar ao luxo de surfar antes do sol nascer nesta praia. E foi isto que fiz neste dia mágico de março ou abril de 1990 ( ou era 1989?, não tem importância ). Cheguei antes das cinco horas, indo pelo morro do Careca, o vento estava terral ( da terra para o mar ) e as ondas perfeitas com séries variando de cinco até seis pés, mas demorando um pouco e sem ser tubulares. A primeira onda que peguei foi uma esquerda mágica, com parede lisa e pedindo para bater. Foi show. Após finalizá-la, vibrei muito, estava só, então podia exagerar na comemoração. Logo em seguida mais duas, agora direitas ( front side para mim que surfo com o pé esquerdo na frente ). Algumas batidas, floaters e finalizando já próximo da lage. Retornando ao outside ( linha após a arrebentação ), pude ver o sol nascendo por entre nuvens, com a cor alaranjada se espalhando pelo horizonte. Após me sentar na prancha, vi algo chacoalhar a água próximo das pedras, era uma tartaruga verde pequena ( Chelonia mydas ). Quando estava para desviar a vista, vi então o motivo da tartaruga estar batendo tanto na água. Um cação ( tubarão lixa N. cepedianos ?) já abocanhava a tartaruga e rapidamente a levava para o alto mar. Bom, dizem que os anjos da guarda têm reclamado muito ao Superior sobre o excesso de trabalho que estão tendo com os humanos, o meu neste dia deve ter reclamado bastante. Estava só, de madrugada e num local pouco frequentado, portanto era para ter sido eu o café do cação, mas a tartaruga também teve a mesma ideia de madrugar no Canal então sobrou para ela. Claro que depois do incidente peguei minha saideira ( última onda ) e a trilha de volta sem pensar em cação ou tartaruga, mas sim nas ondas de sonho que surfei. Três dias depois retornei ao mesmo local, só que o mar não estava de gala e, o que é pior ( ou melhor? ), havia crowd ( mais gente surfando ).
vcs não acredite não isso é idade chegando, começa a falar essas loucuras postar fotos que não são ele,, continua com tuas loucuras né acba com isso, meneno.
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