Depois da caminhada entre Ponta do Mel e Baixa Grande em busca de onda e só encontrar merreca, resolvi voltar à Ponta do Mel em busca agora das dunas do Rosado. Quando passei pela praia do Cristovão, também lá vi dunas com um bom potencial para o sandboard, mas preferi explorar o lado da praia do Rosado e suas dunas. Peguei o mesmo ônibus da viagem anterior, no sábado ao meio-dia e fui preparado para dormir na mesma pousada em que fiquei na outra vez. Apesar de um trecho do caminho ser a BR 110, a maior parte era estrada de barro, com muito buraco para deixar azeitado os músculos e o esqueleto. Após acertar o quarto e pegar meu sandboard, parti para a aventura em busca das dunas do Rosado. Alguns minutos de caminhada, já pude ver as dunas mais próximas de Ponta do Mel. Pude verificar a grande presença de vários tipos de conchas antigas, totalmente brancas, levando a crer que aquela área, muitos anos atrás, era coberta pelo mar. Fui explorar mais para o interior, me afastando do litoral, encontrando algumas pistas muito boas, outras nem tanto, devido a areia estar muito compactada e, numa queda, o perigo de machucar fica maior devido a falta de amortecimento. Encontrei uma elevação muito boa cercada de vegetação, possibilitando um descanso na sombra. Foram muitos drops com rasgadas animais, jogando muita areia e totalmente isolado do mundo, solidão total. Foi dando estes rasgadões e pequenas descoladas ( aéreos ) que me deparei com um pôr-do-sol fantástico. O sol se pondo, pintando de laranja todo o horizonte e avermelhando algumas nuvens. Em momentos como este, a gente esquece a podridão do mundo e em especial deste nosso país. Vi o céu escurecer e o planeta Vênus brilhar muito forte, quando me sentei no alto da duna e fiquei a observar e escutar a natureza ao redor. Apenas eu e a natureza compactuando de algo muito prazeroso, a paz. Mas tudo tem um fim e, embora pudesse ficar ali sentado o resto da vida, a razão tocou a buzina e me chamou à realidade. Hora de voltar para o mundo e para Ponta do Mel. Dei o último drop do dia e peguei o caminho de volta, pensando em levar algumas daquelas conchas maiores de lembrança, para registrar o momento. No entanto, pensando melhor, muitos anos se passaram com aquelas conchas naquele lugar, que direito teria eu te subtrair algo de um quadro maravilhoso que a natureza pintou?, assim resolvi deixar tudo como tinha encontrado, apenas as emoções dos momentos passados e registrados pelos meus olhos foram trazidos na minha mente, agora compartilhados neste texto.
Ao chegar já de noite à pousada, consegui comer um cuscus com leite e algumas frutas, o que já era muito para mim, e me esticar numa rede, sonhando com o dia de amanhã, quando iria mais longe, passando das dunas do Rosado e chegando até a entrada de Porto do Mangue.
Ao amanhecer, após repetir a refeição da noite, saí em busca das dunas do Rosado. Comecei minha caminhada por volta das sete horas, dessa vez, como ia para mais longe e ficaria todo o dia longe de civilização, levei além da minha prancha de sandboard uma garrafinha de água mineral. Após caminhar mais do que no dia anterior, explorei mais dunas, e elas eram muitas, algumas íngremes, outras nem tanto, mas sempre possibilitavam um bom drop e algumas rasgadas iradas. Entre uma descida e outra, o sol já estava bem alto, resolvi então voltar à praia e seguir o litoral até chegar em Porto do Mangue, sem explorar totalmente a área que era imensa, com muitas dunas e algumas falésias. Só vi civilização quando passei pela praia da Pedra Grande. Na época, apenas uma pequena vila de pescadores, com casinhas de taipa. Foi uma caminhada boa, mas menor em extensão do que aquela entre Ponta do Mel e Baixa Grande. Ao passar pela pedra, fique imaginando um swell bom batendo naquela pedra imensa e formando tubos incríveis para os dois lados, fantástico. Não era o caso no momento, pois a praia não tinha ondas. Não andei muito, depois desta pedra logo avistei a saída do rio. Segundo me falaram depois, seria o rio das Conchas, que participa do delta do rio Açu. Conta a história que este delta foi visitado pelos espanhóis em 1499, portanto antes de Cabral chegar por aqui. Marcando o final das margens do rio, no encontro com o mar, as dunas alvas tão comuns na região. Não cheguei a entrar na cidade, preferi voltar para poder dropar no mesmo local do dia anterior e me despedir com chave de ouro de Ponta do Mel. Algum tempo depois voltei à Porto do Mangue pela estrada, com minha outra parceira de aventura, a minha moto XLR, e descobri que agora tinha estrada asfaltada ligando Porto do Mangue à Ponta do Mel e desta até a BR 110, nada será como antes...
Voltando pelo litoral, cheguei ao mesmo local do dia anterior e aproveitei o restante do dia para curtir mais uns drops e rasgadões, até que o céu mostrou através da mudança de cor, que era hora de se despedir do local. Após as primeiras estrelas aparecerem para fazer companhia a meu velho companheiro de jornada noturna, o planeta Vênus, resolvi agradecer por aqueles momentos incríveis de prazer, emoção e satisfação vividos. No alto da duna, levantei minha prancha bem alto agradecendo aos céus e fiz o último drop naquela duna, gritando bastante. Huhuuuu...
Voltando à pousada, já bem de noite, ainda encontrei um cuscus com leite e bananas e pedi para me acordarem de madrugada, já que não podia perder o ônibus. Não precisaram me acordar porque não consegui dormir bem, fiquei intercalando cochilos com momentos desperto lembrando das emoções vividas e, muito antes da hora do ônibus, já tinha me levantado e tomado um banho bem reconfortante. Agora era pensar na próxima aventura, continuando no litoral norte, mas isso fica para um próximo post.
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Roteiro entre Ponta do Mel e Porto do Mangue. |
Obrigada por divulgar nossa cidade, moro em Porto do Mangue e em Ponta do Mel e praticamente todos os dias percorro o caminho entre as duas praias, sou apaixonada por elas...Jeane Maia
ResponderExcluirObrigado pela visita Jeane. Também sou apaixonado por elas.
ResponderExcluirUm abraço.
ei vei to ligado n perco uma, hoje converssa com celia mais cedo, falvamos de vc , eo assunto o mesmo, tu e doido ,e chegamos a uma conclusão, tu nao e doido, é doio e meio, waleu professor ate a proxima. ta na hora, vamos fechar a budega meeneno. waleu.
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