Dando continuidade as aventuras pelo litoral do estado,
agora estamos no litoral metropolitano, englobando a margem do rio Potengi onde
se encontra a Fortaleza dos Reis Magos até a Barreira do Inferno.
Sobre o rio Potengi já escrevi alguns posts falando sobre
sua poluição e também suas belezas. Velejei muito por lá de Windsurf, Laser e
Hobie Cat. Se tiverem curiosidade pesquisem posts sobre o assunto no blog. A
praia do Forte, que tem este nome devido à proximidade da Fortaleza, cartão
postal de Natal, conheci no início da década de 70, ainda nos tempos de
ginasiano (ensino fundamental menor hoje em dia). Saíamos eu e um colega, após
as aulas de educação física da Escola Estadual Padre Miguelinho, caminhando, às
vezes correndo, até a praia do Forte, passando pelos bairros de Alecrim, onde
se encontra a escola, Cidade Alta, Ribeira, Rocas e Santos Reis. Era uma festa
quando chegávamos lá. Após nadarmos e tomarmos um banho, voltávamos pelo mesmo
caminho, mas antes parávamos na casa de um tio do colega que morava em Santos
Reis. Às vezes saíamos na praia do Meio
e de lá íamos até a do Forte. Posteriormente fui outras vezes caminhando da
praia de Miami até a do Forte, passando pelas praias dos Artistas e Areia
Preta. Também passei por essas praias pelo mar, velejando de Laser e Hobie Cat.
Na praia dos Artistas e Miami peguei altas ondas no final da década de 80. Saia
de madrugada da Vila de Ponta Negra de ônibus pela via costeira e caia no mar
ainda sem ninguém. Quando começava a pintar os surfistas locais, eu partia para
Ponta Negra. A praia dos Artistas, pode-se dizer, foi o berço do surf no
estado. Hoje o potencial caiu bastante, assim como o de Miami. Eu ia garoto
ainda com familiares para esta praia de Miami, que tinha uma piscina nas pedras
que era show, e observava os surfistas detonando as ondas. Na época (início da
década de 70) não tinha a via costeira e a praia ainda era meio deserta. Um
paraíso.
Depois de Miami, vem as praias da via Costeira. Conheci uma
de suas praias, denominada na época (início da década de 70) por Barreira Roxa,
quando íamos eu e alguns colegas de rua, jogar no campo do Hospital Colônia
(hoje Hospital João Machado), onde internavam-se pessoas com problemas mentais.
O hospital é próximo do Parque das Dunas e na época, após concluirmos o futebol,
seguíamos uma trilha improvisada por dentro da mata até chegar na praia,
passando pelas dunas. Na época o parque não existia e a mata era aberta.
Algumas vezes nos enrolávamos no caminho, mas no final encontrávamos a praia (confira a trilha na imagem abaixo). A aventura era perigosa, mas prazerosa, pois a adrenalina disparava na circulação
quando avistávamos cobras, tatus, tejos, micos e muitos pássaros, conhecidos e
desconhecidos, para citar apenas alguns animais.
Já no final da década de 80 e início da de 90, fui algumas
vezes, com minha prancha, da Vila de Ponta Negra onde morava, até Miami, atrás
de onda. Não as encontrava, mas o prazer de caminhar pelas praias ainda
desertas valia a pena. Peguei muitas ondas em alguns locais da Costeira, com
colegas e sozinho, indo a pé ou de ônibus pela via Costeira, entretanto, o mar
de Ponta Negra ainda era o melhor, principalmente com as ressacas formando
ondas de 6 pés no outside (longe da beira). Bons tempos que não voltam mais.
Assim como a praia dos Artistas e Miami, os edifícios construídos na orla ou
próximo, mudaram a dinâmica dos ventos e das correntes, comprometendo o
potencial do surf nestas praias.
Seguindo a praia de Ponta Negra, na direção de Pirangi,
também costumávamos caminhar até a praia do Canal e Cisco Beach, esta já na
área da Barreira do Inferno. Já escrevi alguns posts sobre o Canal e Cisco
Beach, para onde íamos eu e alguns colegas (às vezes ia sozinho), ou cedinho ou
no final da tarde, em busca das altas ondas que rolava com o vento terral ou
brando. Quando a maré estava cheia passávamos pelo Morro do Careca e pelas
dunas, outras vezes por dentro da Vila, passando pela área da Barreira do
Inferno. As dunas também eram muito visitadas para a prática do sandboard. Começávamos
pelo Morro do Estrondo, depois o da Velha e encerrávamos no Careca.
Hoje nem surf nem sandboard é mais possível, pela violência
que acomete o bairro, pelo acesso restrito, aberto apenas aos pescadores
registrados, e pela vigilância, tanto da Polícia Ambiental como da Polícia da
Aeronáutica.
No próximo post sobre aventuras, continuaremos a partir da
praia da Barreira do Inferno, onde terminamos neste post. Abaixo imagens
obtidas do Google Earth, modificadas, indicando as trilhas e locais descritos
no texto, bem como o álbum com algumas fotos das praias citadas.
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COSTEIRA_PNEGRA |
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