Neste mês de agosto teremos os cinco planetas – Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – visíveis no nosso céu noturno. Apesar de
estarmos ainda na nossa estação de inverno, sempre é possível fazer algumas
observações noturnas, dificultadas ou não pela nebulosidade presente no céu. Também
teremos uma chuva de meteoros digna de observação.
Mercúrio se fará presente no nosso céu noturno, a partir do
dia 20, um pouco antes das 18 horas e muito baixo no horizonte oeste. Devido a
essa proximidade do horizonte, sua observação terá um tempo reduzido. Nos
últimos dias do mês ele se elevará um pouco, mas, ainda assim, seu tempo de
observação será reduzido e essa observação deverá ser em locais livres de
obstáculos. Ele estará logo abaixo da constelação de Virgem e de sua estrela
mais brilhante Spica.
Vênus estará baixo no horizonte leste um pouco antes do
nascer do Sol (por volta das 4:30). A linha de visualização do planeta também deverá
estar livre de obstáculos. Vênus sairá da constelação de Gêmeos (próximo das
estrelas Castor e Pollux) neste início do mês e passará pela constelação de
Câncer, onde se aproximará de Júpiter e seguirá, em seu movimento aparente,
para a constelação de Leão. No dia 24 estará próximo da Lua com 1,4% de
iluminação (indo para a fase de lua nova).
Marte surgirá no horizonte oeste e alto após o Sol se pôr.
Ele sairá da vizinhança da constelação de Virgem e da estrela Spica no início
do mês com destino â constelação de Libra, onde se aproximará de Saturno no dia
25 e da Lua, com cerca de 33% de iluminação (indo para a fase de quarto
crescente), no dia 31.
Júpiter, como Vênus, estará baixo no horizonte leste a
partir do dia 5 ou 6, dependendo do lugar de observação e de obstáculos. No
decorrer do mês se elevará um pouco no horizonte possibilitando uma melhor
observação. Estará na constelação de Câncer onde se encontrará com Vênus no dia
18 e, no dia 23, com a Lua iluminada 4,4% (indo para a fase de lua nova).
Saturno estará bem alto no horizonte oeste e na constelação
de Libra. No dia 25 estará próximo do planeta vermelho e, no dia 31, próximo da
Lua e ainda de Marte (imagem abaixo). Tomando como referencial o horizonte oeste, Saturno
estará antes de Marte até o dia 25, quando o ultrapassará e tomará a dianteira
em direção ao oeste.
Neste mês teremos também uma chuva de meteoros de Taxa Horária
Zenital (THZ) elevada, cerca de 100 meteoros por hora no seu máximo, que
ocorrerá no dia 12, mas essa THZ esperada pode ser comprometida pela
luminosidade da Lua neste dia, cerca de 91% (saindo da fase de lua cheia). A
chuva será na constelação de Perseu, localizada um pouco acima do horizonte
norte e ao lado das constelações de Touro e Cocheiro, com suas respectivas
estrelas Aldebaran e Capella se destacando pelo brilho. Apesar de seu máximo
ser dia 12, tanto antes como depois, os meteoros poderão ser observados, só que
a frequência deverá ser bem inferior ao do dia 12.
Os alunos do projeto
Astro e os visitantes que acompanham os posts sobre o céu noturno podem ter uma
ideia da chuva de meteoros usando o programa Stellarium, alterando na janela de
configurações, na parte de estrelas cadentes, a taxa horária de meteoros para
1000 e, na janela de data e hora, posicionar o relógio para um pouco antes das
4:30 do dia 12 de agosto. Apesar do destaque para a chuva de meteoros da
constelação de Perseu, outras chuvas de menor THZ ocorrerão. Para saber mais
sobre chuvas de meteoros e outros acontecimentos astronômicos consulte os sites
Climatempo (aqui) e Apollo 11 (aqui).
No site da Apollo 11, em especial, poderá saber mais sobre o
cometa Jacques, descoberto pelos brasileiros Cristóvão Jacques, Eduardo
Pimentel e João Ribeiro de Barros na noite de 13 de março do corrente ano, a
partir do observatório SONEAR na cidade de Oliveiras em Minas Gerais. Este
cometa só poderá ser observado com instrumentos (um binóculo já resolve), por
volta das 4 horas, na constelação de Cocheiro e logo acima da estrela Capella. Deste
site também veio o gadget com horários do nascer e do pôr do Sol da cidade de
Pedro Velho/RN, disponibilizado ao lado, importante para os que observam os
planetas.
Imagem obtida do programa Stellarium. |
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