Na aventura em Maxaranguape o limite foi o rio que
dá nome a cidade. Agora a aventura tem como base a praia de Jacumã e se estende
para os dois lados – Maxaranguape e Pitangui. Esta primeira parte tratará
apenas de Jacumã e a segunda da caminhada para Maxaranguape e Pitangui.
Esta aventura foi no início da década de 90 do
século passado ( e ainda não acreditam que sou idoso, hehehe... ), durante as
férias de janeiro. As caminhadas eram constantes, não pelas ondas, mas sim
pelas dunas. A região possui muitas áreas de dunas começando em Jacumã e indo
até Pitangui. Alguns pontos já eram explorados por
bugreiros que buscavam aventuras para os turistas passageiros, mas grandes
áreas estavam livres para os dropes alucinantes com o sandboard. Muitas vezes
saía umas seis horas da manhã depois da gororoba matinal e partia em busca das
dunas, voltava perto das onze para aproveitar a praia de águas mansas e
retornava às duas da tarde. O final das caídas já era à noite, quando retornava
para a casa onde passava as férias, observando um céu estrelado e, alguns dias,
com um luar mágico. Algumas vezes ia com companhia e não exagerava nas
caminhadas, mas quando sozinho, o tempo não era problema. Costumava observar já
na escuridão os sons da natureza ainda livre da presença intensa de humanos, me
deitava sobre a areia das dunas ainda virgens e cobertas de cajueiros repletos
de cajus e, entre um caju e outro,
ficava observando as estrelas, constelações e o farfalhar das folhagens movidas
pela leve brisa que sopra na região litorânea. Momentos que não poderão ser
mais vivenciados devido à exploração turística do local, praga que traz
dinheiro, males sociais e “desenvolvimento” para o estado... Fazer o quê!!?
Durante as explorações das dunas de Jacumã, pude
também explorar a lagoa e o riacho Pratagí com sua cascata. A lagoa na época
já tinha moradores locais explorando as visitas dos bugreiros, mas essas
visitas não eram tão intensas como hoje, mesmo porque não havia estrada para
lá, hoje uma estrada asfaltada passa em frente com acessos tanto para a lagoa
como para a cascata. Na época já cruzava com lixo jogado nas proximidades, como
será que está hoje?, com o número assustador de barracas, bares, tirolesas,
caiaques, pedalinhos e esquibundas?? Apesar de ter ido recentemente para Jacumã ( início de julho ), não tive coragem de chegar perto da lagoa. A modernidade que
vi de longe me assustou.
Quando fui explorar o riacho Pratagí o acesso era
pela praia bem depois de Jacumã indo para Pitangui ( imagem abaixo ). Foi
explorando o riacho a partir de sua chegada à praia que tive uma das mais belas
sensações do que é natureza. Caminhando pelo leito do riacho, alguns trechos
com água nos joelhos outros na cintura, com água limpa e refrescante, pude ver
coisas incríveis. Túneis de vegetação, algumas corredeiras e também a cascata. Ela
já era explorada por locais que colocavam inclusive mesas dentro do riacho.
Algumas vezes caminhando pelas margens, ou por dentro dele, buscava trechos
mais distantes e ainda livres da influência humana. Sempre passava rápido pelo
trecho da cascata, às vezes até desviava passando ao largo, pois ao chegar
próximo, indo pelo riacho, encontrava sacolas plásticas, latas de cerveja e
embalagens de biscoitos. Durante a recente passagem por Jacumã, passando pela
estrada asfaltada, pude ver lixo jogado em vários trechos, inclusive próximo
dos acessos a esses “famosos” pontos turísticos. A situação atual do trecho com
cascata está tão deteriorada quanto a da lagoa.
Abaixo o álbum com imagens de Jacumã e a de uma
duna que era muito pouco visitada pelos veranistas e bugreiros devido à
distância da orla ( era uma boa caminhada até chegar lá ), mas que fazia minha
cabeça nos dropes alucinantes à época e, em especial, na lua cheia do mês,
quando após uma session irada, parei para observar lá de cima o nascer da Lua.
A natureza ao meu redor parou em êxtase junto com este aventureiro para
observar o espetáculo. Não haveria Da Vince nem Michelangelo, para citar alguns
magos da pintura, que fossem capazes de pintar esse quadro fantástico em que
fui personagem privilegiado. Hoje, observando a imagem no álbum abaixo, se pode
ver o asfalto bem próximo dela e muitas construções próximas. Rasgaram a
pintura.
Imagem do Google mostrando as dunas, o riacho e a praia. |
Dunas de frente para o mar onde foi visto o nascer da Lua.
Para ver mais fotos da aventura clique aqui.
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